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Vida sexual e endometriose: abordando um tabu

Sexo e endometriose são palavras que, infelizmente, muitas vezes caminham juntas sob o manto do desconforto e da dor. 

A endometriose, uma condição na qual o tecido semelhante ao que reveste o útero cresce fora dele, pode afetar significativamente a qualidade de vida de uma mulher, inclusive sua vida sexual. 

Muitas mulheres, ou como carinhosamente chamo, Endomulheres, enfrentam desafios nessa área, muitas vezes silenciados por tabus e a normalização da dor.

No artigo que preparei abaixo, abordo essa relação e também maneiras da mulher poder voltar a sentir prazer em uma relação sexual, mesmo tendo endometriose.

A dispaurenia

A dor durante o sexo, conhecida cientificamente como dispareunia, é um sintoma comum para muitas Endomulheres. É crucial entender que, embora a endometriose seja a causa raiz, a dor pode ser multifatorial. 

Lesões de endometriose perto da superfície vaginal ou atrás do útero, por exemplo, podem provocar dor intensa durante a penetração. Mas há mais do que isso. A expectativa da dor pode levar a um ciclo de tensão e ansiedade, exacerbando a experiência dolorosa.

Entender o impacto fisiológico da endometriose no corpo é fundamental. A endometriose pode causar inflamação crônica, formação de cicatrizes e aderências, o que pode distorcer a anatomia pélvica normal. 

Isso pode afetar a mobilidade dos órgãos reprodutivos, tornando certas posições sexuais particularmente desconfortáveis ou até insuportáveis. Um estudo publicado no Journal of Sexual Medicine revela que até 50% das mulheres com endometriose experimentam dispareunia, destacando a prevalência desse desafio.

Normalização da dor: um equívoco comum

Muitas Endomulheres normalizam a dor durante o sexo, acreditando erroneamente que é uma parte inevitável das relações íntimas. Esse mito é perigoso. A dor não é e nunca deve ser considerada uma norma. 

A aceitação passiva pode não apenas prejudicar a saúde sexual e emocional de uma mulher, mas também atrasar a busca por tratamento adequado. 

A dor é um sinal do corpo de que algo está errado, e compreendê-la é o primeiro passo para recuperar o prazer e a intimidade.

A importância do diálogo e do conhecimento das posições

Comunicar-se abertamente com o parceiro sobre o que se sente é essencial. A intimidade é construída na confiança e no entendimento mútuo. 

Explorar posições que minimizem a dor pode ser uma jornada de tentativa e erro, mas é uma que vale a pena. 

A posição “de lado”, por exemplo, pode oferecer menos profundidade de penetração e, portanto, menos desconforto. 

A experimentação cuidadosa e a comunicação podem revelar opções que trazem prazer sem dor.

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Busca por ajuda especializada

A abordagem integrativa ao tratamento da endometriose é crucial. Além do manejo médico e cirúrgico, a fisioterapia pélvica pode ser uma aliada poderosa. 

Ela pode ajudar a aliviar a tensão muscular na pelve, melhorar a dor durante o sexo e aumentar a capacidade de relaxamento dos músculos pélvicos. 

A terapia sexual e de casal também pode ser benéfica, oferecendo estratégias para manter a intimidade e a satisfação sexual, apesar dos desafios.

Por fim, sexo e endometriose podem coexistir de forma harmoniosa com a abordagem correta. A normalização da dor durante o sexo é um mito que deve ser desmantelado. 

Mas compreender as nuances fisiológicas da endometriose, comunicar-se abertamente com o parceiro, explorar posições confortáveis e buscar tratamento integrativo são passos fundamentais. 

Lembre-se, você não está sozinha nesta jornada. Para mais informações e dicas sobre como viver plenamente com endometriose, confiram o vídeo que preparei para meu canal do YouTube. É só dar o play abaixo. 

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